O pagode é um gênero musical que surge dos subúrbios cariocas, como uma forma de manifestação cultural, no final na década de 1970 e no início da década de 1980. Vale ressaltar que o pagode pode ser considerado “filho” do samba, o samba seria o estilo original que, com sua expansão, possibilitou a criação de outras sonoridades, dentre elas o pagode.

Antigamente, o termo “pagode” era chamado as festas que aconteciam nas senzalas entre os escravos negros e os quilombos, mas com o passar do tempo, o termo passou a designar encontros para celebrar a amizade, boas companhias e momentos bons.

Com a abolição da escravatura e fixação dos negros libertos no Rio de Janeiro, que têm uma relação essencial com o sincretismo de religiões de origem africana, como o candomblé umbanda, o pagode se consolidou a partir do século XX como uma necessidade de compartilhar e construir identidade de um povo recém liberto.

Foi somente em 1978, quando os cantores Tim Maia de Beth Carvalho visitaram a quadra do Cacique de Ramos e lá, descobriram um grupo conhecido como Fundo de Quintal, tal grupo, juntamente a outros nomes, ganharam grande reconhecimento, contudo, chegou um momento em que a indústria fonográfica passou a se preocupar mais com a comercialização do que com a forma de manifestação cultural em si do gênero.

Ao final da década de 1980, a indústria fonográfica buscava modificações no pagode, visando fins comerciais, dando origem à uma vertente do estilo, que ganharia notoriedade na década seguinte.

Essa nova versão carregava um tom mais romântico em suas letras e harmonias mais suaves, combinadas com instrumentos eletrônicos, até então desconhecidos no samba, aproximando o estilo do pop. Assim, o pagode comercial, um tanto distante de suas raízes originais, ganhou espaço no cenário musical.